26 junho 2008

Conversação e Oratória

O orador é um indivíduo que deve estar sempre procurando se melhorar, pois só conseguirá transmitir aquilo que estiver armazenado dentro de si próprio. Nesse sentido, a conversação travada com os semelhantes, oferecer-lhe-á um manancial de informações extremamente úteis à sua elocução pública.

Por que razão o orador deve se preocupar com a conversação, com o diálogo? Porque, antes de falar, ele deve aprender a ouvir. Observe que é numa conversação que nos exercitamos na arte de ouvir. Às vezes, as pessoas contam-nos coisas que não nos interessa. Mesmo assim temos que nos esforçar por ouvir, a fim de educar a nossa paciência e a nossa tolerância para com os seus comportamentos. Na qualidade de orador, estejamos aptos a conversar sobre qualquer assunto e com qualquer pessoa. Interessando-nos por quem nos procura, vamos criando um vínculo de amizade e expansão do nosso eu imortal.

O orador deve saber questionar. Apartear os outros, perguntar no momento certo e dentro das circunstâncias, não é tarefa muito fácil. Ao nos exercitarmos na arte de perguntar, vamos também melhorando a arte de explicar, de expor. É que vamos dando importância às perguntas relevantes, aquelas que realmente contribuem para a compreensão de algum tema ou questão. Se nos habituarmos a agir desta forma, isso também será um preparo para o nosso discurso oratório, pois uma exposição nada mais é do que as respostas a algumas perguntas.

Devemos estar mais dispostos a ouvir do que a instruir. A instrução é uma decorrência do aprendizado. Quanto mais ouvirmos, mais estaremos aprendendo. Logicamente, não devemos ser um túmulo, mas aptos e dóceis a ouvir. Pergunta: será que damos a devida atenção aos nossos familiares? Ouvimo-los com atenção ou estamos sempre com pressa para realizar as nossas obrigações? Quando um filho, um irmão ou outro parente qualquer nos procura, dizemos sempre que não temos tempo, que deve ficar para mais tarde?

"Para o bom entendedor, meia palavra basta". Expressemo-nos sempre com objetividade e dentro da limitação de tempo. Nada de cansar os ouvidos alheios. Se formos bons ouvintes, mesmo numa conversação oca e sem nexo, podemos fazer perguntas relevantes e, com isso, desviar o assunto para coisas mais importantes. A boa pergunta é como soar o sino: a conversação monótona e sem brilho transforma-se num exercício saudável de aprendizado.

Saibamos tirar proveito das nossas conversações. Somente assim construiremos um estoque de conhecimentos, em que nenhum ladrão conseguirá nos roubar.

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