Os grupos constituem-se, têm uma
dada duração e se desfazem. Do mesmo modo que o indivíduo, cada agrupamento é
único e, por isso, deve ser tratado diferenciadamente. Uns são apáticos, outros
antipáticos e poucos amadurecidos.
Os opositores são fatores positivos. Nenhuma ideia nova é aceita com facilidade. De
qualquer forma, a comunicação do pensamento obriga-os a discutir o assunto.
Estando na qualidade de chefe, convém analisar imparcialmente as objeções dos
comandados. Quase sempre eles têm razão, mas nem tudo pode ser atendido,
principalmente, quando se foge aos fins propostos. Nesse caso, devemos
manter-nos inflexíveis, mesmo correndo o risco de ficarmos sós.
Nas situações críticas do grupo, devemos levar em
conta os princípios da ação. Convém, assim, colocarmo-nos diante
das seguintes questões: de que se trata? O que realmente está em jogo? São os
interesses próprios? Os do conjunto? Quando agimos exclusivamente para o
proveito pessoal, o grupo se ressente e torna-se rebelde. Todavia, se atuarmos
em benefício de todos, desinteressados e ardentes, eles ficarão nossos amigos.
Jamais perder de vista a finalidade. A maioria de
nós age em função da utilidade. Por isso, confundimos os meios com os fins.
Nesse sentido, o pensamento deve se situar além da técnica. Às vezes, os
participantes de um agrupamento se metem em discussões acaloradas sobre o como
fazer. Não nos importemos, porque o tempo tudo resolve.
As árvores são reconhecidas pelos seus frutos.
Importa-nos trabalhar na edificação de almas compenetradas de si mesmas. Alguns
grupos não oferecem dificuldades, mas, também, nada produzem; outros, são
rebeldes e criam problemas, contudo fornecem boas obras à sociedade. Não
devemos ter preferência por este ou por aquele. Reagirmos plenamente e a
"fundo" ao que está ocorrendo "aqui e agora", tem mais
eficácia.
A educação de almas não é tarefa fácil. Para que
tenhamos bom êxito, devemos sondar-lhes o íntimo, tomando consciência das suas
dificuldades. Depois, esquecendo-nos de nós mesmos, trabalharmos arduamente
pela melhoria da humanidade
Fonte de Consulta
LEBRET, L. J. Princípios para a Ação.
4. ed. (revista e aumentada), São Paulo, Duas Cidades, 1961.
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