28 junho 2008

Orador e Palestra Frustada

Um orador novato sobe ao tablado para fazer a sua primeira peça oratória diante de um público exigente. Dá-se mal, perde-se no meio do seu discurso e não consegue responder satisfatoriamente às questões formuladas. Como avaliar positivamente uma situação aparentemente negativa? Como transformar o fracasso, a experiência frustrada num êxito triunfal?

Uma peça oratória tem regras bem definidas, embora a maioria de nós não se dá conta. Em primeiro lugar, deve-se preparar um roteiro. O roteiro deve incluir não só a conceituação do tema central como também dos seus correlatos. Há que se preocupar com um histórico, a fim de introduzir o ouvinte naquilo que estamos dispostos a transmitir. Além disso, deve-se ser fiel à ideia central, a fim de que o nosso pensamento não se desvie do assunto.

Em se tratando de uma palestra no Centro Espírita, o orador deve se fundamentar nas Obras Básicas do Espiritismo. Sem um conhecimento profundo de "O Livro dos Espíritos", do "Evangelho Segundo o Espiritismo", da "Gênese" etc., fica difícil responder satisfatoriamente às questões formuladas. Faltando-nos essa base, respondemos sem muita convicção e o público, sequioso de conhecimento, embaraça-nos mais ainda, ao tentar obter uma explicação razoável da sua dúvida.

O orador atento a esses detalhes poderá melhorar substancialmente o conteúdo de sua palestra. Lembremo-nos de que os grandes homens, principalmente os cientistas, tiveram muitas experiências frustradas, até conseguirem êxito em suas pesquisas. Observe a vida de um Édison, de um Einstein, de um Lincoln etc. Por isso, afirma-se que o "êxito é um por cento de inspiração e noventa e nove por cento de transpiração". Assim, qualquer situação constrangedora em nosso caminho deve ser mais um desafio aos nossos brios do que motivo de desânimo.

Convém fazer uma analogia entre o cientista e o orador. Tanto um quanto o outro deve experimentar. Uma nova palestra pode ser considerada um ensaio. Falar, ouvir críticas e corrigir são as tônicas do bom orador. Consultar livros, perguntar para quem sabe mais auxiliam sobremaneira. "Errando, corrige-se o erro", diz o anexim. Somente pelo erro aprendemos bem. Por isso, o expositor que souber fazer uso de sua limitação terá condições de crescer e tornar-se um divulgador valioso da Doutrina Espírita.

O mérito do ser humano está centrado na sua capacidade de transformar as experiências negativas em realizações produtivas. Para isso, tem que estimular os seus dotes interiores, a fim de angariar forças para a continuidade de sua nobre tarefa.




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