17 novembro 2010

Folha em Branco

O que fazer diante de uma folha em branco? Escrever? Desenhar? Rabiscar? Rasurar? Pintar? Pensar numa tabula rasa? Escrever imediatamente algo para se ver livre da falta de assunto? Esperar aparecer as ideias criativas na mente? Como agir em função de um prazo estipulado?

A folha em branco não tem pressa; ela está ali, imóvel, esperando ser aproveitada da melhor forma possível. A preocupação é do escritor que terá de preenchê-la. Pensamos: será que aquilo que eu vou colocar ali será útil, servirá para alguém? O que pensarão a respeito do que eu vou escrever? Vão gostar? Vão jogar no lixo? Os escritos passarão despercebidos? Nada disso importa. Vale mais o exercício do que a expectativa de crítica. O importante é o exercício da criatividade.

A criatividade é uma palavra de difícil definição, mas uma coisa é certa: ela não cai do céu gratuitamente, pois nada vem do nada. Às vezes uma boa ideia, um insight é fruto de dias, semanas, meses ou mesmo anos de labuta. Observe a biografia de grandes cientistas: muitos deles esperaram anos a fio para poderem gritar eureka!, eu achei.

De vez em quando deveríamos relaxar e deixar que a nossa mente capte pensamentos do além, como fonte renovadora de nossa existência. Por isso, tenhamos sempre à mão lápis e papel, para não deixarmos que uma boa ideia genial se evapore por falta de registro, no exato momento em que apareceu.

A ideia anotada pode parecer banal. Não importa. É possível que depois ela se transforme em algo incomum, original, genial. Observe as novelas e os filmes: a maioria deles giram sobre o mesmo assunto, mas sempre com inovações do enredo.

05 novembro 2010

Nossa Ginástica Mental de Cada Dia

“Força mental é exercício, não descanso.” Alexander Pope, poeta do século XVIII.

Passando em frente de uma academia mental, um indivíduo resolve entrar e submeter-se ao questionamento do responsável. Depois de várias perguntas e respostas, ouve o seguinte: “você está mentalmente fora de forma”. “Se o seu cérebro fica à toa, sem exercitar, os músculos mentais ficam fracos”. Isso pode causar a “prisão de ventre mental”.

Anatomia da boa forma mental. É preciso aprender a dispor de tempo para absorver a intensidade de um objeto, de um fato, de uma dada situação. A decisão precipitada pode ocasionar muitos transtornos futuros. Quanto mais se pensa, por exemplo, sobre a laranja, maior é o número de ideias, associações e conexões na imaginação. Cada vez que dirigirmos nossa mente para uma tarefa que exige concentração, estaremos fortalecendo a força mental.

Algumas perguntas: estamos mentalmente em forma? Nosso cérebro fica à toa? Temos sido inovadores e criativos? Temos resistido ao novo? Sabemos relaxar? Como está a nossa concentração? Aplicamo-nos ao estudo com a devida profundidade? Por que a mente de algumas pessoas é ágil e de outras lenta, sonolenta?

Tom Wujec, em seu Manual de Ginástica Mental: Como Aproveitar ao Máximo sua Capacidade de Raciocínio e Adquirir maior Rapidez Mental, dá-nos, em suas 12 estações, algumas instruções: 1) Relaxando; 2) Movimento Mental; 3) Halterofilismo Mental; 4) Ginástica Mental I; 5) Ginástica Mental II; 6) Força Mental; 7) Jogos Mentais; 8) Lembrando-se; 9) Flexibilidade Mental; 10) Equilíbrio Mental; 11) Improvisando; 12) Desempenho Máximo.

Como há uma íntima relação entre tensão física e tensão psíquica, sugere que tornemos um hábito o relaxamento do corpo. Para ele, relaxar a mente significa abandonar a necessidade de acompanhar cada pensamento que passa pelo nosso cérebro. A mente concentrada não desperdiça pensamentos; sabe que quanto mais se força a mente, mais difícil se torna a concentração.

Ele diz: “Na próxima vez que sentir tédio em uma reunião, expulse a monotonia procurando aspectos positivos”. A respeito da atenção, cita William James: “A atenção é mais fácil quanto mais rico o aprendizado e quanto mais fresca e original for a mente. O intelecto que não dispõe de material, estagnado e corriqueiro, dificilmente poderá deter-se num assunto por muito tempo”.